Aos Aventureiros

A vida é um campo cheio de trilhas, abertas pelos passos alheios,
 que foram deixando suas marcas na terra e no tempo.

Me lembro de quando eu era criança que, no entorno da minha casa, existiam muitos terrenos vazios, por onde todos cortavam caminho e que, de tanto a gente passar, trilhos se formaram, limpos, chão batido, como cicatrizes, cortando o campo verde.

Coisa que sempre me intrigou foi: Quem foi o primeiro? Quem passou abrindo a picada? Quem teve a ideia? De onde nasceu a iniciativa? A gente chega e já pega a coisa pronta e não paramos para pensar: de quem foi a ideia? Quem nos antecedeu?

Chegamos e já achamos a porta aberta, um lar que nos recebe de forma protetiva e amorosa; somos herdeiros de toda uma caminhada daqueles que vieram primeiro.

Assim é em toda a vida: quando acordamos e vamos à padaria buscar aquele pãozinho quentinho, alguém acordou quando ainda era noite para preparar o nosso pão.

Das coisas mais pessoais e profundas, até as mais simples, contamos e precisamos de outras pessoas que por sua vez também dependem e necessitam de outras, formando assim uma grande corrente chamada humanidade.

O que me encanta é pensar nos aventureiros, àqueles que inovaram, que saíram dessa rede protetiva e, enfeitiçados pela aventura, foram em busca do Novo, aqueles que abriram a trilha de forma pioneira.

É curioso pensar em tudo que já encontramos; em mim, cresce um sentimento de ter que fazer algo significativo, marcante para os que vão chegar depois, algo como uma gratidão aos que me antecederam.

Quero deixar a minha marca!

Adoro pensar, embarcar e viajar nestes meus pensamentos.

Rogério Alves