Como mudamos!
Como?
Mudamos?

Os dois últimos anos transcorreram de forma atípica no nosso planeta e nós ouvimos muito, no início da pandemia, que a experiência nos transformaria, que o mundo não seria mais o mesmo depois deste susto generalizado pelo qual passamos.

Em um balanço pessoal, constato que poucas foram as mudanças, que com o passar dos dias, fomos nos adaptando, como sempre fizemos diante de todos os desafios que a vida nos trouxe, nos apresentou ou nos impôs historicamente.
O medo que, no início, nos aprisionou, rapidamente, foi substituído pela rotina revoltada, trazida pelo decorrer dos dias. Mesmo a morte acabou ganhando ares de normalidade, indiferença e distanciamento. Isso, para não falar em banalização.

Basta uma passeada rápida, de poucas horas pelos telejornais, para constatar que continuamos os mesmos. Que retomamos de onde paramos, lá em março de 2020, igualzinho, como se nada tivesse acontecido!

E olha que ainda se fala, lá no finalzinho do Jornal Nacional (bem rapidinho), que muitos milhares foram contaminados e que centenas morreram nas últimas 24 horas em virtude do COVID-19. Mas, são dois anos recebendo estas notícias diariamente, a gente nem liga mais, cansamos...
Agora temos a(S) guerra(S), os aumentos dos combustíveis, a volta da inflação, o dinheiro perdido nas contas… a corrida eleitoral que, certamente, vai esquentar a polarização e é vida que segue…
Finalmente as coisas voltaram a ser como eram antes…
Rogério Alves

"Nada e ninguém pode nos impedir de cumprir nosso papel, a não ser nós mesmos”, Marco Aurélio, no livro Meditações.