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Diante da porta


Há portas que se fecharam e permanecem fechadas,

portas que sempre se proclamaram indispensáveis, imprescindíveis:

posto de socorro, ponto de luz, oficina, hospital, escola, família, lar!


Elas se fecharam; e agora?


Me sinto desprotegido.

Em certos dias escuros, não vi a luz.

Tive horas que, doente, não pude buscar socorro.

Nas minhas dúvidas mais profundas não tive seu esclarecedor ensino.

Me vi sem Lar nas horas mais frias da minha alma - senti o desamparo!


Fiquei só e amedrontado;

me disseram que seria somente por uns dias,

que eu buscasse outras portas ou janelas "digitais”.

Elas realmente surgiram em grande número,

disseram que não seria como antes,

mas que, por hora, era preciso que fosse assim…


Busquei e até encontrei, não foi como antes, mas … pensei comigo,

será que todos que buscaram conseguiram encontrar?

E se eles ficaram de fora?


Lembro-me de algumas pessoas lá de Casa,

que certamente não conseguiram encontrar,

que não possuem acesso as chaves necessárias

para abrir estas modernas portas…


O tempo foi passando e nada…

Por várias vezes, eu fui até lá só pra ver, para matar a saudade

e apenas encontrei muita poeira e silêncio,

tudo tão diferente que parei para fazer uma conta:

são 15, 180 ou 360 dias?


Li, nas redes sociais:

foi decidido que a porta permanecerá fechada!

Que abrir a porta é muito perigoso,

que precisa de muita gente e de muitos cuidados,

que se abrir a porta alguém pode até morrer.

Deus me livre de alguém morrer só por abrir uma porta!



Sorrateiramente, abri a porta.

Entrei, me sentei e fechei os olhos

Por uns minutos me pareceu que nada tinha mudado…

o silêncio foi doído.


Sempre escutei, pelos seus corredores,

que éramos uma grande família e que, como nas famílias,

tudo seria sempre resolvido por todos.


Mas depois que o COVID-19 chegou a família se assustou,

correu um para cada lado,

num verdadeiro "salve-se quem puder"

onde foi parar o diálogo?

Agora quando recebemos as notícias e resoluções pelo WhatsApp,

tudo ficou muito prático.

Sinto falta da "discussão"!


A família não resolve mais sobre seus destinos.

As orientações, nestes novos tempos, vêm de longe,

de alguém que não me conhece,

que eu não conheço, que nunca estiveram aqui em Casa.


Eles não fazem a mínima ideia do quanto eu preciso dessa porta aberta.

É difícil passar todo dia ali na rua e ver a porta fechada.



Fiquei sabendo, outro dia, que uma porta estava aberta!

Me enchi de coragem e fui até lá.

Cheguei meio órfão, meio sem graça e deslocado…

Mas fui recebido como se estivessem me esperando:

sorrisos, palavras de boas vindas, álcool gel, máscara, lugares distanciados…

e uma bela Palestra!


Simples assim!


Ao sair, me sentia leve, abraçado, alegre.

Eu até sorri indo para o carro.

Gostei, repeti, e quero mais …



Portas fechadas, por muito tempo, costumam emperrar

e podem ser muito difíceis de serem abertas novamente...


Rogério Alves.




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