Rogério Alves da Silva

mar 301 min

Vida Real

Vez por outra, abre-se um oco no peito com gosto de nada

as coisas, ficam foscas, sem brilho, perdendo seu esplendor

as pessoas, deixam de encantar e passam a nos impacientar

a fala se torna estridente, o riso um deboche sem tamanho

um tiquinho já é demais, difícil de engolir, aturar nem pensar

rápido é insuportável, se devagar pensa-se ser só para irritar

a fila não anda, a hora não passa, a conversa é fria e insossa

haja paciência para encarar tudo isso, é como uma penitência

um simples castigo que vai passar antes que se venha a chorar

ainda bem que tudo passa, escoa, finda, mas, sempre volta

a crise passa, e um belo dia a gente acorda saudando o Sol

toma um bom café e sai disposto a olhar a vida sem óculos

garimpando seus ricos encantos, nas águas doces do olhar

a vida não é brincadeira, é desafio sério, coisa de gente grande

que eu, ainda um menino, brinco teimoso de nunca crescer.

Rogério Alves 

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