Vida Real
Vez por outra, abre-se um oco no peito com gosto de nada
as coisas, ficam foscas, sem brilho, perdendo seu esplendor
as pessoas, deixam de encantar e passam a nos impacientar
a fala se torna estridente, o riso um deboche sem tamanho
um tiquinho já é demais, difícil de engolir, aturar nem pensar
rápido é insuportável, se devagar pensa-se ser só para irritar
a fila não anda, a hora não passa, a conversa é fria e insossa
haja paciência para encarar tudo isso, é como uma penitência
um simples castigo que vai passar antes que se venha a chorar
ainda bem que tudo passa, escoa, finda, mas, sempre volta
a crise passa, e um belo dia a gente acorda saudando o Sol
toma um bom café e sai disposto a olhar a vida sem óculos
garimpando seus ricos encantos, nas águas doces do olhar
a vida não é brincadeira, é desafio sério, coisa de gente grande
que eu, ainda um menino, brinco teimoso de nunca crescer.
Rogério Alves
Comments