Rogério Alves da Silva

24 de dez de 20222 min

Adrenalina

Depois de um ano muito difícil e conturbado, período de grandes desafios e marcado por muita pressão em busca de resultados, cheguei finalmente ao dia D: enfim as férias, final de corrida, the End… Ufffaaa!!

O ano de 2022 foi atípico em função da insistência das empresas em se querer manter os mesmos resultados comerciais e financeiros de 2020 e 2021, quando o consumo explodiu em função da pandemia; demorou para que se percebesse que vínhamos de uma bolha e que agora, tudo tendia a voltar à normalidade.

Não esperei um só instante para fugir para as montanhas, feito menino da cidade em busca de amplidão para correr, de lembrar que o mundo é maior e melhor que toda esta saga louca desse mundo corporativo de gente grande.

Precisava muito ver de perto que pode ser mais simples, que tem uns lugares, onde o tempo é menos apressado, sem hora para chegar e muito menos de partir, onde o fazer tem a precisão do sentir, de se estar onde se encontra o eu, com os pés na terra, deixando o viver ir chegando de mansinho e passando no ritmo gostoso do reggae.

E eu reencontrei a chuva, o barro, o Sol, a conversa preguiçosa, sem pressa e sem outro compromisso, senão o de ouvir este silêncio estrondoso, calado aqui, dentro do meu ser, louco para gritar e dar umas boas gargalhadas, animado pela brincadeira.

Aqui, no alto, diante desse mar de montanhas, que ao longe parecem grandes ondas verdes, separadas por vagas imensas, deitei os meus olhos, que já conheciam desde piquititinho toda esta beleza, fonte de tantas saudades de ser novamente um moleque, e brincar de carrinho na lama, e como eu brinquei.

Foram somente três dias, que valeram para trazer de volta tudo que tentaram matar durante todo o ano. Foi uma overdose de adrenalina acrescida pela visão de um lugar maravilhoso e marcante no alto de uma montanha mágica.

Lavras Novas - MG

Rogério Alves

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