28 HORAS

Os dias foram passando e, quando eu me dei conta, eles já contavam mais de sessenta anos. Na realidade, eu só me vi pensando nessa coisa de somar dias, semanas, meses e anos, de um tempo para cá.
Antes, eu sempre estava super ocupado, correndo, não sobrava um só minuto para parar, os meus pés muito ansiosos não paravam, levando junto todo o resto a reboque num turbilhão de afazeres.
Agora, um pouquinho mais experiente e só um tiquinho mais esperto, fiz dos segundos meus amigos queridos, não os perco de vista um só minuto, de olho no relógio, busco a hora de dar aquela paradinha estratégica.
Paro para escrever quando vem uma boa inspiração; às vezes me sento, reclino a cadeira e fecho os olhos tentando não pensar em nada; outras, me jogo no banco da varanda e descasco duas laranjas, duas! Já pensou?
Sinto que quando o sino da igreja bate festivo às dezoito horas, me parece já ter vivido às vinte e quatro do dia, meu tempo vale ouro, sinto tê-lo sob controle depois que domei meus pés.

Sinto ter esse bem tão precioso me esperando ocioso para o lazer; tenho parado até para almoçar em casa; o smartphone anda meio triste, ele tem ficado no escritório enquanto eu dou umas voltinhas por aí.
Tô meio sem tempo é para correr!
Rogério Alves
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