Caminhando e Caraminholando

A estrada de areia fina, carreada pelas águas que sempre correm, formaram, nos cantos, dois claros riachos temporários.

Barrancos altos dos dois lados, trazendo a mata até sua borda, davam ao caminhante a impressão de túnel com teto alto.
Ao entardecer, a noite chega mais cedo, os sons da mata, mais perto e ameaçadores, fazem o coração bater mais forte.

Os passos, tentando ser mais rápidos, se veem contidos pelo cansaço e os pés queimam com a aspereza do chão.
Em frente, a noite a espreitar deixa o medo aparecer, falta muito para chegar, voltar nem pensar, melhor teria sido pensar antes de iniciar.

Agora é seguir adiante, nem medo, nem dor, não vão parar aqueles que querem chegar, que sabem porque caminhar.
A estrada é longa, exigindo do caminhante grande vontade e determinação, juntar as forças em ato de superação.
A travessia é perigosa.

Rogério Alves
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