Caminhante
São seis horas da manhã!
Levantei há uns 20 minutos, já estou pronto e de saída; ligo o fone, confirmo o bluetooth do celular, dou play no podcast e meto, com vontade, a chave na fechadura do portão que me leva livre à rua.
É hora de caminhar por mais ou menos sessenta minutos. Dizem que faz bem para a saúde de modo geral. Eu não sei bem sobre os benefícios fisiológicos, mas gosto deste tempo que é só meu! E eu vou sempre sozinho, pois, só assim, posso ouvir algo que quero! Além disso, penso tanto, que não é raro ter que ouvir o podcast novamente por me perder nas minhas ilações…
Este tempo tem me proporcionado encontros maravilhosos, tenho encontrado muita Gente que eu nunca pensei encontrar! Hoje foi dia de encontrar com o professor Leandro Karnal e aprender sobre o islamismo, ontem com o professor Clóvis de Barros Filho e aprender sobre Spinoza.
Poder tirar esta hora pra mim é muito legal, pois é possível estudar sobre temas e personagens que influenciaram o pensamento humano e a História e que estiveram longe de mim por "Falta de tempo", "oportunidade"... dificuldades que eu mesmo criei ou assimilei no cotidiano social.
Encontrar-me com Epicuro bem cedinho aqui perto da minha casa é algo que me anima a sair no dia seguinte e os encontros têm acontecido diariamente com figuras como: Sócrates/Platão, Heráclito, Aristóteles… já encontrei até Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Fenelon... todos aqui neste percurso diário, lugar comum, onde todos podem "caminhar".
Eles têm me feito pensar muito e bem, a ponto de querer mais tempo para nossos encontros, tempos que estavam perdidos na minha "corrida agenda" diária, desperdiçados ou roubados pela procrastinação.
Tenho tido tempo para ler mais, além do que já era habitual, encontrar-me com obras que sempre quis ler como: "O pequeno príncipe", "1984", "O vermelho e o Negro", reler "Triste fim de Policarpo Quaresma", algo impensável até um tempo atrás.
Não se deixe levar pelo impossível, não permita que te digam: "Isso não é pra você", “Isso está fora do seu mundinho"... Não! Não aceite! Hoje, realmente, o mundo está na palma da nossa mão. Descubra este mundo, o conhecimento é algo maravilhoso e excitante.
Aventure-se! Depois do primeiro encontro, vai crescer a curiosidade e você vai querer mais.
Como dizem os mais experientes: "Conhecimento não ocupa lugar".
Rogério Alves
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