Contrariedades
Alguns dirão que elas são inerentes ao simples fato de estarmos vivos e que surgem naturalmente como consequência da vida de relação.

O problema é a forma com que elas nos chegam; por quem elas nos chegam e como elas nos encontram; esses três fatores serão sempre determinantes para mensurar o abalo que causarão em nós e como reagiremos diante destas tão comuns contrariedades.
O dia a dia, com uma rotina renitente, pode potencializar gravemente essas pequenas contrariedades, transformando-as em grandes abalos a depender da forma que elas nos são apresentadas e do tom de voz com que são proferidas.

Para desespero geral, existem pessoas que se investem do posto de portadores de notícias desagradáveis, tendo ainda um “talento” impressionante de fazer com que um traque cause o estrago de uma banana de dinamite, deixando ainda transparecer o prazer que sentem com os abalos que conseguem provocar.

Por último há de se levar em conta o como nos encontramos intimamente no instante em que somos bombardeados, se o copo já estiver cheio, toda e qualquer besteira é elevada ao posto de “gota d’água” fazendo o caldo entornar. Toda lagartixa acaba virando um dragão.

Nesses dias atuais, onde constantemente estamos assoberbados é fácil que uma dessas variantes citadas sejam a gota que faltava para a perda do controle, vivemos o tempo da síndrome de Burnout, o limite das forças para encarar os mais comezinhos dos fatos, algo que, em outras épocas, tiraríamos de letra, causa um grande estrago quando já nos encontra desequilibrados.

O limite da paciência nunca esteve tão fácil de ser alcançado; o pavio nunca foi tão curto; é fácil perder o controle e chutar o balde; o peito é vítima fácil de uma pressão que nos assusta; nunca a frase: “Estou me matando de trabalhar” foi tão verdadeira.
Pare, antes que não haja outra opção!

Rogério Alves.
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