Depois da Tempestade
- Rogério Alves da Silva

- há 11 minutos
- 2 min de leitura

Ao abrir as janelas do espírito naquela manhã, o sol se esgueirava forte pelas frestas das cortinas mal fechadas na noite anterior, quando a tempestade caía sem o mínimo cuidado com quem a viu durante o dia, a juntar nuvens e se formar, prometendo que com aquela coleção, não estava para brincadeira.
Num ato de coragem, abri as cortinas, depois de alguns poucos segundos necessários para a visão se acostumar com a luminosidade. Pude ver que tudo estava bem e no seu devido lugar, sem prejuízos. O céu, que antes era negro e ameacador, agora se apresentava de um azul profundo, impressionante, e o sol iluminava a vida.
Vez por outra, a tarde se veste de negro e a tempestade se prenuncia; na nossa pequenez, nos deixamos ser tomados pelo medo; trememos a cada trovão e pulamos sobresaltados a cada raio que despenca iluminando o céu; a simples possibilidade de uma nova tempestade nos desestrutura e nos enche de insegurança.
E mesmo diante de outros tipos de tempestades que caem sobre nós, o nosso comportamento é muito parecido com o acima narrado, a vida também tem a capacidade de se transformar e mudar de estação com enorme facilidade, o que também nos faz ficar assustados e temerosos, são dores, perdas, injustiças...
Mas como é bom acordar! Abrir os olhos e ver que tudo passou, constatar que o céu antes de cara feia, se transformou em um dia lindo, ensolarado e promissor, feito de horas calmas e boas que acalentam o coração menino que bate no nosso peito.
Depois da tempestade, uma calma boa toma conta da nossa alma. Confie, as tempestades sempre passam. Olhe para trás, lembre-se, por maiores que se fizeram elas, sempre passaram.
Rogério Alves

Comentários