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Ao desconhecido

Estamos sempre diante de algo desconhecido, nossa trajetória é um aprender constante!

É preciso estar aberto e disposto ao inabitual, vencer a acomodação, lançar-se nesta escola maravilhosa chamada existência e apreender tudo que for possível!


Ao desconhecido


Naquela manhã fui eu o desconhecido.


Ao descer do trem, olhei ao redor como forma de reconhecimento, como fazem todos os viajantes quando chegam a um lugar pela primeira vez: a plataforma, a estação, o entorno e, num momento seguinte, a busca ansiosa pelo caminho que deveria me levar à cidade.


estação de trem em sintra, portugal
Estação de trem da cidade.

Ainda analisando a paisagem, não perdi de vista o fluxo dos que também chegaram e que, por lógica, se dirigiam ao centro para onde eu também desejava ir.


Caminhava meio que entorpecido e embevecido pelo que via.

Com a turba à minha frente se distanciando rapidamente em função da minha pouca pressa contemplativa, deixei-me levar por passos curtos e cúmplices da minha visão entretida, como menino diante de vitrine com doces.



Ao iniciar uma subida, fui atingido fatalmente por um perfume de padaria mesclado com suaves contornos de refogados caseiros e me deixei levar, sem nenhuma resistência, abandonando o caminho comum e tomando a ruazinha à direita, guiado por uma curiosidade gulosa e, não deu outra, uma pequena padaria era a fonte daquele magnetismo olfativo.


Entrei meio ressabiado por minha estrangeirice e percebi, pela reação dos presentes, que eles também sabiam que eu era um desconhecido, um estranho.


O recinto estava relativamente cheio, com alguns homens nos bancos do balcão e as três únicas mesas ocupadas. Saudei a todos em voz alta e democrática, fingindo estar à vontade e dominar a situação.



Fui direto ao balconista e, como forma de defesa, pedi uma água.

Ainda de pé, passei em revista todo o lugar. Nas mesas, senhores bem vestidos, uns entretidos lendo o jornal e me observando, outros tomavam suas xícaras de um café cheiroso e beliscavam seus pratos de ovos mexidos com bacon, ladeados por torradas e me olhando de rabo de olho… Em cada uma das mesas fui lendo as iguarias servidas e degustadas.