Doce Mar de Lágrimas
Atualizado: 2 de jul. de 2023
Desde muito pequenino, um menino iniciando a vida,
escrevia no papel sem nem ter ainda pisado o chão.
As minhas aventuras ainda estavam todas por viver,
histórias que só iriam chegar com o escoar do tempo.
E elas vieram, trazendo ao menino o gosto pelo viver,
encanto pelo aprender e tudo o que me fez crescer.
As horas construíram os dias que se fizeram anos,
que correram para formar o lago das
seis décadas.
Agora, creio já seja hora de fazer um balanço,
mensurar quanto de chão já pisei e o quanto aprendi.
Aprender é compreender o quanto não se sabe,
admitir que só com humildade se vai apreender.
O tempo dá o saber do calar-se para abrir-se ao ouvir,
ajuntando tudo que puder, dando-se ao compartilhar.
Vida boa que chega com o caminho trilhado e visto,
por olhos abertos, pelo querer saber ser e fazer feliz.
Encontrando a cada passo a alegria da descoberta,
de um mundo novo, cheio de risos e contentamento.
Onde o destino é a sensibilidade, e até as lágrimas são doces.
Rogério Alves
As lembranças são uma vastidão como o mar, onde embarco nas recordações da vida, antes mesmo de pisar o solo causticante e seco da existência.
Minhas alegrias sonhadas, crescidas, fui ensinando no meu lago de brumas dos sessenta anos vividos.
Agora, é hora de aprender mais e continuar a ensinar, já que aprender é tentar “platonar” o que se está determinado a saber - é o não conformismo do que simplesmente nos é mostrado, pois pode ser imagem falsa!
Compartilhar, eis a grande lição humanitária de quem quer deixar um mundo mais fraterno.
Lançar-se para fora do mito da caverna de Platão, e conhecer a verdade, deixando para trás as ilusões.