Durante a pandemia #buscandosentido
Depois de 90 dias de isolamento social, quero compartilhar com você uma condensação de sentimentos e das mudanças por ele acarretadas, agora quando o novo comportamento social já se estabeleceu e não é mais novidade; é hora de colher seus resultados e reconhecer o novo mundo pós pandemia.
A vida caiu de custo, ficou leve!
Viver ficou mais simples.
De repente, percebi que não precisava de tanto para viver…
Fiz contas e pude ver que é mais barato do que eu supunha, que dá pra levar sem medo...
Tenho vivido com bem menos, o dinheiro tem dado,
mesmo sendo bem menor a sua entrada,
ele demora mais no bolso, sai com vagareza…
Não senti muito e nem de forma clara, onde é que eu não tenho metido meu dinheiro,
só sei e sinto que viver ficou mais barato,
o ato de pagar não é tão comum de uns tempos prá cá.
Sinto que nem tão dura assim tem sido a vida nestes últimos noventa dias,
não consigo identificar o que me custava tão caro
e, o mais engraçado, é que nem sequer sinto falta;
é intrigante ter custado tanto para perceber como vinha sendo pesado tudo isso.
É de se pensar...
O que eu deixei de fazer?
Onde deixei de ir?
Parei de pagar?
Não comprei mais?
Finalmente falei uns nãos?
Sei lá, só sinto que custa menos!
Não me preocupo tanto se terei dinheiro para …
ou se vai dar até…
Fiquei menos exigente?
Passei a lavar mais pratos, panelas, comer vagem… varrer o quintal...
tenho tido menos idas…
Eu sempre estava indo a algum lugar, sempre a caminho do próximo compromisso,
sem tempo o tempo todo; pode ser isso… não dizem que tempo custa dinheiro?
Será que eu gastava muito com a falta de tempo?
Será que ele me custava e eu não tinha tempo para sentir e ver?
Ao acordar, muitas vezes ainda na cama pensava e deseja a noite seguinte.
Sem abrir os olhos, eu repassava o dia e contava as idas sem levar em conta as vindas, cronometrava os compromissos e sonhava com a hora de dormir.
Depois do último compromisso, era hora de ir, mais uma vez meio trôpego, buscar a cama para finalmente ter mais uma noite mal dormida.
Tantas idas e vindas, compromissos sem fim, falta de tempo,
entrar e sair, correr sem chegar,
dizer tantos sins e concordar demais,
isso tinha um custo muito elevado e, só agora percebo.
Toda essa narrativa não fala de mim agora, do eu de hoje;
ela fala de um ser distante,
de alguém que nestes últimos tempos finalmente encontrou o tempo,
o seu tempo, que vem se descobrindo...
Alguém que eu gosto mais, que tem me dado mais prazer e que estou aprendendo e querendo ser, ficar…
O que custa tanto?
A mudança ou a permanência?
O medo do novo?
Olhar dentro dos olhos que nos olham do espelho?
A vida sempre teve um preço!
ela sempre teve pressa…
Ela sempre teve um peso!
Agora, agora eu falo de mim:
sempre paguei muito caro querendo parecer bom moço!
Nesse instante, me sinto como alguém que entrou de um lado do túnel
pensando que a saída era logo alí, mas que foi surpreendido pelo tempo da viagem…
E sem paisagem para me distrair, e só,
diante da dureza do concreto,
pude olhar pra mim.
Depois de algum tempo começaram a surgir dúvidas, estranhezas...
comecei a não me reconhecer como o planejado lá atrás,
e como a viagem continuava surgiu Vontade de conhecer aquele estranho,
tivemos muito tempo para uma longa e boa conversa.
Agora,
bem agora quando a luz do outro lado já pode ser vista,
sinto que fizemos as pazes, que nos ajustamos numa simbiose profunda
e eu estou ansioso para sair, pronto para emergir!
Depois de tantos dias, é hora de olhar sem medo
os olhos que me fitam do espelho,
gostar do que vejo surgir do túnel;
prevejo que a cidade estará mudada,
que as casas tenham sido pintadas com cores alegres.
E eu, disposto a retomar a vida que terá um custo mais leve,
que já vem me cobrando menos só de saber que tem luz do outro lado,
me sinto bem e cheio de planos.
Concluo que não necessito de tantas coisas,
nem de tanto para viver,
que isso pode ser mais simples e agradável.
É hora de inovar, buscar soluções para novos desafios...
O túnel é longo, mas a saída está próxima.
Agora é só viver…
E você?
Como tem sido seu sua relação com o tempo?
Como tem sido essa inevitável introspecção?
Deixe seu comentário ao final do post,
aqui ele fica publicado para que outros também possam conhecer suas ideias.
Veja como Comentar, neste vídeo:
Rogério Alves.
Meu comentário é simples, observando o tempo presente que passamos, o viver necessário de suas consequências no individual e no coletivo de todos...
E transcrevo o que ontem li, por acaso, logo à entrada deste site, 1ª coisa, provável escrito bem antes. Vale ler:
“...inspirar em nós um potencial natural, muitas vezes embotado pelas circunstâncias de uma rotina onde, muitas vezes renunciamos à nossa Vontade, da Fé em nós mesmos para sobreviver ao dia a dia, nos vitimando a um padrão de vida que alquebra nossa criatividade.
É imprescindível acreditar em si! Em que não acreditamos?
O que realmente não acreditamos é em modelos únicos de solução. Cada um, dentro de si, encontrará o seu! E achamos oportuno deixar isso…
Boa tarde meu amigo.
Percebi sim que a vida ficou mais barata. Voltei a bordar, depois de 46 anos sem o fazer, por pura necessidade deste remédio chamado arte e atividade manual. Mas para mim não houve menos trabalho, ao contrário, mais demandas, mais angústias e processos ansiosos naqueles que atendo , e eu tive dias difíceis, onde precisei reinventar meu próprio caminho de pessoa e Psicóloga...