Hora limite
Chega uma hora que não se tem outra possibilidade a não ser olhar e cuidar de você.
Nos últimos meses, a vida tem se dedicado a nos colocar à prova e não tem poupado, em seu intento, esforços e, muito menos, criatividade.
Democraticamente, temos sido colocados em situações atípicas, estranhas ao que vínhamos capacitados e habituados a enfrentar no transcorrer dos últimos anos.
Fomos constrangidos a encarar, e ainda estamos enfrentando, momentos que exigiram e exigem de nós um esforço acima da nossa capacidade física e emocional, algo sobrehumano.
Mesmo sobrecarregados, levamos a contento tudo que nos sobreveio e, até nos surpreendemos com a coragem que nem sabíamos ter, com a força que se multiplicou diante de desafios e dos constrangimentos impostos pelos tempos atuais, uma verdadeira reformulação.
Esta é uma visão pessoal do que venho acompanhando em âmbito geral; mas, o que chamo de hora limite, é o que eu tenho sentido após o enfrentamento de situações excepcionais e muito exigentes.
Falo daquele relaxar aliviado, quando você respira fundo e solta um grande ufaaaa... ao final de um enorme aperto vivido; momento que não permitiu outra opção que não o enfrentamento e solução, pois outros dependiam de você.
Quando você relaxa e abstrai, quando a tempestade finalmente passa, o seu corpo dói, grita, se ressentindo dos limites desrespeitados, mesmo que por pouco tempo e por contingência. Além do físico destroçado, sente-se um vazio, uma falta de disposição, um nada que dói.
E por mais maluco que pareça, sente-se falta daqueles dias regados por muita adrenalina, o sentimento é de uma desnorteada busca pelo que fazer. Sinal alarmante que é urgente e imprescindível parar.
Agora é hora de deitar e lamber as feridas da luta, hora de cuidar-se e recuperar-se, mesmo que a vida insista em continuar sua desafiadora caminhada, exigindo sua participação, ainda que de forma mais amena.
Cuide de você, o soldado quando ferido, só deve voltar ao combate quando totalmente restabelecido.
É preciso cuidar de quem cuida, fique atento, todos precisamos de cuidados, carinho, atenção…
Rogério Alves
Infelizmente, mesmo que vacinado duas vezes, aparentemente mais protegido, não me sinto em condições de relaxar. Continuo na mesma luta insana, que há pouco mais de um ano e dois meses, nem imaginava ter que “pelear”. Oxalá que esteja próximo o momento que possa dizer ufa!!!Por enquanto, continuo na luta...