Isolamento social x Retomada econômica: para refletir...
Um impasse vem se estabelecendo no campo das relações sociais, parte de nós somos a favor do total isolamento social, um outra parcela da sociedade pensa nas consequências econômicas; sendo que este segundo grupo se divide em inúmeras gradações: desde a volta total as atividades, passando por retomada gradativa de alguns setores da economia, com o resguardo apenas de alguns grupos de risco.
Sou particularmente a favor de uma parada total neste momento, um sacrifício imediato e preventivo, com este esforço concentrado iremos impedir que haja um agravamento da situação, o que nos obrigaria a agir de forma reativa e desesperada de acordo com o possível agravamento da epidemia; esse quadro demandaria um tempo maior do o que será ¨perdido¨ agora, sem levar em conta as perdas de vidas, traumas e despesas que comprometeriam de forma grave a economia.
Assim, romper ou afrouxar as medidas de isolamento social neste momento poderá muito possivelmente nos obrigar a fazê-lo mais a frente. Essa possibilidade se apoia nas experiências de outros países que menosprezaram o excepcional poder de contágio do vírus e sua alta taxa de letalidade, onde vimos um número impressionante de vidas serem ceifadas sem tempo de reação.
Agir agora de forma preventiva e proativa, com tempo para planejar nossas ações, poderá ser a garantia de não viver o que viveram e vivem outros países que se viram obrigados a pararem suas economias e voltarem suas forças totalmente não para e pela prevenção, mas sim, para o combate desesperado, desorientado e ineficaz.
Estamos acompanhando em loco economias e sistemas de saúde muito superiores em eficiência aos nossos, totalmente desnorteados, países com os seus setores produtivos totalmente parados e sem previsão de retomarem suas atividades, é assustador assistir a congestionamento de ambulâncias nas ruas de cidades como Nova York, isso nos leva a prever facilmente o que acontecerá aqui se houver uma disseminação parecida desta doença.
Penso que neste momento temos duas opções de caminhos a seguir: a primeira e em andamento, é perder agora de forma controlada e planejada o ano de 2020 no que tange a economia, com a perda de um número relativamente pequeno de vidas, ou a segunda: que seria a de perder o controle da epidemia e sofrer um colapso social com a perda de um número altíssimo de vidas e o comprometimento da nossa economia de forma desastrosa, o que levaremos anos para nos recuperar.
Temos momentos nas nossas vidas que é urgente e necessário fazer escolhas, que estas escolhas sejam sempre baseadas na razão, no bom senso e no conhecimento científico, levando ainda em conta o valor da vida, a perda de vidas que se dão distantes de nós, pode às vezes trazer um sentimento de falsa imunidade, não devemos menosprezar os exemplos que o mundo vem nos proporcionando.
Que tomemos agora as medidas preventivas para que não venhamos a vivenciar situações análogas às vividas em outros locais pelo mundo afora.
Ver os sacrifícios que todos teremos que fazer agora como um investimento na vida será determinante, é hora de nos unirmos e amenizar o sacrifício de alguns que não tem o que sacrificar, é momento de dividir, assistir, apoiar os que economicamente irão sofrer mais.
É hora de mostrar do que somos capazes quando unidos por um ideal, sejamos solidários, é imprescindível que coloquemos em prática os princípios do amor e da assistência social.
Sejamos aqueles que farão a diferença.
Rogério Alves