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Quantos anos você tem?

Eu tenho cinquenta e sete anos.

Quando eu fui mais criança que hoje, morava em Belo Horizonte.



Caçava passarinhos, pescava em Imbiruçu, Vargem das Flores e Lagoa da Petrobras.


Pegava borboletas, mandruvás, e jogava pedra em quase tudo que se movia …

Bicho era para pegar e, se possível, matar (mesmo que não fossem perigosos ou fossem para comer).


Mato tinha que ser cortado para limpar o terreno, depois tacava fogo para arrematar, sem deixar vestígios.



Me lembro de viajar ali por perto e ir à Gruta de Maquiné, Rei do Mato, Lapinha, sempre ia para aquela região pela BR 040 até João Pinheiro e via os inúmeros grupos de fornos enfileirados queimando madeira para fazer carvão, que seria usado pelas siderúrgicas, metalúrgicas, fundições... tão comuns pelo Brasil afora.


Logo ali, há menos de 50 anos, quando já caminhávamos para o final do século XX (anos 70) tudo isso era normal, pelo menos na minha realidade e em minhas lembranças.


Com o passar dos anos, como foi a sua relação com a natureza, com a ecologia?



Sempre fui pescador, desde bem mais criança.

Isso sempre me levou a ter contato com a natureza.


Quando pude financeiramente, passei a viajar muito para pescar.

Conheci o Pantanal como uma grande realização do sonho de todo pescador.


Durante mais de duas décadas, fui incontáveis vezes a várias regiões do Pantanal. Em alguns anos especiais, pude ir em épocas diferentes do ano, o que muda completamente a paisagem - da cheia total à seca absoluta.


Como pescador, passei por fases até chegar, nos últimos anos, a ser um pescador esportivo, que só mata alguns peixes especiais para comer e solta todos os outros; até deixar a pesca… há uns seis anos atrás.


Pude ver, nestes cinquenta anos que me lembro, uma mudança profunda de consciência em relação à natureza.



Sobre a ecologia?

Ninguém falava nisso, não me lembro de ter escutado, nem na escola!

Talvez, por isso, tenhamos demorado tanto a despertar para essa necessidade...


Hoje, posso ver o quanto tudo mudou para melhor, mesmo que quase todos nos sintamos insatisfeitos com a situação, percebo uma consciência ecológica, um sentimento de que fazemos parte do todo e que a preservação e a busca do equilíbrio são necessários.


É lógico que existem os alienados, eles estão em todos os setores da vida.


Você já assistiu o filme Avatar?



Assisti e fiquei chocado, positivamente, com a ideia da interligação que o filme propõe de que, a partir da árvore da vida, tudo está interligado por uma rede de interdependência e que, diante de qualquer agressão, todos são afetados.


Toda semelhança com a Terra não é mera coincidência, é pura verdade, tudo está ligado! Nós só fingimos não saber...


Vivemos um momento muito especial.

Nos últimos dez anos, eu vi acontecer reações extremas desse mundo que vem sendo agredido: seca histórica na Amazônia, enchentes assustadoras, ressacas que invadiram as avenidas das cidades, seca no Pantanal…



A diferença marcante em relação ao filme Avatar é que, lá, os seus habitantes sentiam imediatamente a agressão a natureza (sensibilidade), enquanto aqui, nós temos tapado os olhos para não ver, os ouvidos para não escutar e as narinas para não sentir o odor - tudo para não perceber os clamores da Terra que vem nos implorando sensibilidade e atitudes.


Outros, ainda no auge da insensibilidade e da ignorância, só vivem, como se nada estivesse acontecendo... E vão vivendo... vivendo enquanto for possível, sem refletir... Se um dia não der mais para continuar, eles se dirão vítimas, que foram pegos de surpresa.


Percebemos nos dias atuais o mundo sensibilizado com os incêndios e a devastação da Amazônia, agora nossa atenção foi arrastada para o Pantanal.


Caatinga, um bioma ameaçado.

Mas, falta ainda um olhar para o Cerrado, para a mata atlântica, para a Caatinga, para as Veredas, os Rios, Lagos, Mares, …


Como você vê as ações governamentais no tocante a preservação do meio ambiente?


Bem, falando em meio ambiente, natureza, ecologia, devastação… me lembrei de "evolução das espécies, geração espontânea, … e não me lembro de menção a uma espécie chamada políticos. É muito fácil culpar os políticos pelo que vem acontecendo no planeta.


Politicos, governo... são criações nossas (polis), eles são gerados em uns ninhos chamados de urnas onde nós escolhemos pontualmente quais ovos vão vingar e, quais devem crescer e chegar a fase adulta.



Nos referimos ao governo como uma criação à parte.

Alguns até creem ser uma criação demoníaca, mas se esquecem que o governo é uma questão de escolhas, fruto de um processo democrático onde o resultado reflete a vontade da maioria de nós.


Eles são os nossos representantes para gerir nossos interesses, ou não?


Mudanças e reformas só funcionam quando começam da base.



Um pedreiro amigo me disse que eu não poderia retirar um velho telhado e substituí-lo por uma laje de concreto sem antes criar uma fundação (sapatas), de onde sairiam as colunas que susteriam as vigas e o necessário cintamento unindo toda estrutura para, aí sim e somente desta forma, pensar na colocação da laje; caso contrário eu correria o risco de ver a casa desmoronar.


Estamos melhorando!

Nos últimos cinquenta anos, as mudanças foram muito grande.

A grande maioria se diz assustada com a devastação e o rumo que tomamos no trato da nossa casa.


Resta pensar quanto tempo ainda temos antes que sejamos avisados que ultrapassamos os limites que a natureza suporta e da sua capacidade de se recompor.


São nos momentos cruciais, às vezes nos últimos instantes, que tomamos a decisão mais acertada que acaba por salvar a nossa vida.


Espero muito que ainda dê tempo de transformar o espanto e a indignação em ação efetiva.


Rogério Alves.


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