Memórias não tem preço!

Os dias foram se fazendo noites; e a menina se fez mulher sem perder a inocência e o alegre frescor; e quando nos demos conta, os anos foram chegando e nos abraçando, suas pegadas foram  marcantes, mais com sutileza, densas, mais leves, e  foram mansamente construindo quatro doces e saborosas décadas, recheadas de parceria, muita cumplicidade e amor.

Nessa caminhada fomos colecionando memórias, tantas que permitem ao escritor enfileira-las em seus contos, onde ele conta do que viu e experimentou na pele. Juntos, fomos guardando-as em uma arca imensa destinada às risadas, descobertas, mãos dadas, lençóis macios e inúmeras aventuras e viagens que nos marcaram com suas lembranças. 

Me sinto obrigado a dizer que a vida foi boa e generosa, hoje, vejo que ela foi aos poucos se afeiçoando ao nosso jeito de caminhar e permitiu que diante de tantas portas nós nos sentíssemos livres para escolher as nossas e através delas, seguíssemos o nosso caminho.

De minha parte, quero te contar que uma delas me trouxe até você. Quando eu a abri, pude perceber o poder de encantar que as palavras possuem, elas nos tomam pelas mãos e nos levam por caminhos onde as paisagens deslumbram. E eu não resisti a estes encantos, me atirei nesse amplo horizonte sem limites e, a princípio tomei a pena, hoje, digito letra por letra e vou construindo histórias para serem lidas por você. 

Diante do teclado, respiro fundo, olho para trás e na arca das memórias escolho uma para reviver e compartilhar com você, e como é bom revisita-las, melhor ainda é sabê-las ao alcance de quantos desejem conhecê-las. Memórias realmente não têm preço, hoje vejo uma grande fila delas, ansiosas para serem escolhidas.

A arca está cheia e ainda vão chegar muitas memórias novinhas.

Rogério Alves