Meu novo Jardim
Há trinta anos atrás, plantei um jardim; este, se dividia em várias áreas: o Jardim da frente da casa era o maior, nele foram plantadas duas Tuias com um metro e meio de altura.
Ele era lindo e chamava atenção de quem passava na rua.
Trinta anos depois, as Tuias se transformaram em duas grandes árvores de uns treze metros de altura, cobrindo a frente da casa por completo, o que acabou por comprometer a sua segurança. As outras plantas do jardim, em geral, ficaram feias e algumas morreram.
Por uns três anos, tive uma vontadezinha de tirar as árvores e reformar os vários jardins. Sempre comentava, em família e com amigos, que precisava fazer uma reforma nos meus jardins, mas, sabia que isso daria muito trabalho e por isso fui protelando.
Depois de uma forte chuva no início deste ano (2021), onde as árvores me assustaram, inclinando por sobre a casa durante a ventania e com a sujeira que deixaram após a tempestade; só aí, eu resolvi definitivamente que era hora de tirar as árvores e reformar os jardins!
Agora, eu tinha vontade verdadeira de fazer a reforma, sabia que daria trabalho, mas, nada é transformado sem esforço e parti para a ação! Depois de umas cinco semanas de muito trabalho e muitas pessoas envolvidas, o novo jardim ficou pronto.
Agora, sem as árvores na frente da casa, ela novamente podia ser vista. O novo gramado ficou lindo, novas plantas, flores, arranjos, novos vasos… Tudo lindo, dando um novo aspecto à casa!
Contei, resumidamente, esta aventura paisagística para fazer alguns comentários sobre a acomodação e a procrastinação, que acabamos permitindo que se instalem em nós, em troca do sossego e para não nos envolvermos com as necessárias mudanças.
Durante mais de um mês, estive totalmente envolvido neste trabalho que acabou me dando muito prazer: escolher as plantas, as cores, opinar com o paisagista na ordem e na montagem dos jardins, na disposição dos arranjos, na escolha dos vasos... além da satisfação em estar fazendo, de quebra, algumas preocupações e aborrecimentos cotidianos foram até esquecidos por algum tempo…
Com os novos jardins, voltei a molhar as plantas nos finais de tarde, a pisar descalço na grama - isso depois de muitos anos, pois como o jardim estava feio e meio abandonado, eu não me preocupava e nem tinha prazer de cuidar.
E é assim com outras coisas e assuntos: vamos nos acomodando e passamos a protelar em nome da falta de tempo, de deixar do jeito que está, de não querer se envolver, de não se aborrecer…
O que eu aprendi com a reforma dos jardins foi que vale o esforço e o trabalho! Depois de tudo pronto, eu me senti recompensado, parece que ganhamos uma casa nova, mais bonita, com a beleza das plantas, das flores, do colorido, do gosto revitalizado de cuidar!
Creio que possa ser assim em tudo!
Só depende de mim, de eu querer fazer!
A questão é que acabamos nos privando de fazer coisas boas, coisas que poderão nos dar prazer, deixamos de cuidar do que gostamos e, igualmente, até das pessoas que amamos…
Cuide de seus jardins!
Rogério Alves.
A verdade é que o cotidiano acaba nos levando ao comodismo e só saímos dele quando enfrentamos “ventos querendo jogar as árvores na nossa casa”. Enfim, são os obstáculos inadiáveis que nos movem para frente.