Quando dói…
Quando a dor chega, nem a convidamos para sentar.
Corremos sem cerimônia, buscando lhe despachar.
Mas, tem umas que, mais atrevidas, deitam e rolam.
Se adonam de nós, pretendendo nos adotar.
O humor vai mudando, o mundo perdendo o seu brilho.
A moça perde o encanto e nem chama a nossa atenção.
O que causava risos, agora causa tensão e certa irritação.
Alegria corta volta, foge de antemão.
Depois de alguns dias, o desespero se estabelece.
A dor que doía pouco, agora, não se aguenta não.
Deitado, o corpo dói inteiro de tanto que quis deitar.
Sem saber o que fazer, se levanta tentando descansar.
Surge no fundo da alma, facilidade de se lembrar.
Do tempo quando a dor, era só de se ouvir falar.
Agora tudo que se deseja é a saúde recuperar.
Tesouro precioso e divino, teimando em se afastar.
Tem dor de muitos tipos, que não sei qual delas dói mais.
Só sei que quando surgem, chegam para nos maltratar.
Topada, corte, contusão e umas que dói lá dentro do coração.
Dor que dói no corpo, dor que dói na alma… sem consolação.
Perde-se bens, valores se vão,
abre-se mão do que se sabe,
verdades em reconstrução.
Amigos que partem sem cerimônia, se vão nos deixando à solidão.
Dor que dói de saudades, entristecendo nosso coração.
Dói sem dó, maltrata o corpo, chacina a alma.
Abate e derruba sem compaixão.
Dificulta achar palavras, construir rimas,
apertando o coração.
Rogério Alves
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