Reuniões são…
Em sala ampla e bem iluminada, os anfitriões recebem os convidados de forma impecável, amistosa, mas envolta em acentuada formalidade e um enorme cuidado com as "autoridades" acostumadas e atentas ao cerimonial. Cena aterradora para mim.
Este é sempre o primeiro indício de que os resultados do encontro serão pífios e insatisfatórios em termos de soluções positivas; ficando claro que as demandas almejadas e as soluções necessárias estarão invariavelmente em segundo plano, isso se dá para que ninguém saia contrariado ou constrangido; um ambiente artificial, totalmente propício para meias palavras e para uma política enganadora e morna, envolta em um verdadeiro "mise en scène".
Nunca gostei de reuniões! Por serem elas, na grande maioria das vezes, improdutivas e, tradicionalmente, trazerem uma carga negativa de hierarquia infantilizada que cheira a acomodação. Sempre revestidas de um certo ar transcendental, água com açúcar enjoativa.
Vejo nas reuniões uma irresistível tendência e uma clara necessidade de se transformarem em festa Natalina, onde quase todas as vítimas presentes se revestem de uma disposição santa de suportar o que vier para não estragar o encontro, suportando até o tiozão da piada do pavê.
Assim, as temos de vários tipos. Umas só para cumprir exigência estatutária. Elas são totalmente enfadonhas. Temos ainda as de relatório. Nestas, só um fala e os outros são a platéia, elas são de chorar para aqueles que não conseguem dormir.
Outra: São as sem pauta e que se perdem em falas longas, mansas e desconexas, que duram horas… Afasta de mim este cálice!
Minha médica prescreveu um corte total destas reuniões até que minhas taxas de impaciência e indignação baixem a níveis aceitáveis. Elas andam altíssimas, um perigo para a minha saúde e também a integridade dos outros participantes!
P.s. - Faltou falar das reuniões sem uma ata que registre as decisões e os compromissos. É lógico que, na maioria delas, isso é totalmente desnecessário por falta do que registrar.
Vamos nos reunir?
Rogério Alves
Nas minhas décadas como profissional já participei de incontáveis reuniões. Participei de reuniões tensas, cujo objetivo da direção da empresa era colocar em confronto os seus trabalhadores, claro, com resultados sofríveis; participei de reuniões, cujo interesse do organizador era simplesmente “bater papo”, tanto é que eram realizadas em restaurantes. E também participei das chamadas “Repones”, que não perguntem o seu significado. Ainda participo de reuniões e aprendi que, quando elas têm mais de cinco participantes, é sinal que não chegaremos a lugar algum...