Saída de Emergência

Tem ficado cada vez mais comum que a semana vindoura tenha sua agenda fechada  já durante o final de semana. O mundo, cada vez mais exigente, captura com antecedência os dias que deixam de nos surpreender e exigir uma capacidade de improviso, eles são um a um tomados por compromissos vários que chegam e vão se espremendo à nossa espera lá  adiante. 

Dia após dia, a falta de tempo vai se acentuando e ampliando o período de ação, os afazeres passam a começar mais cedo e a avançar sem limite pela noite. O mais interessante é que essa “correria” se tornou algo a ser destacado, alardeado e que é visto positivamente, como se o “morrer de trabalhar” fosse uma qualidade digna de constar no currículo do trabalhador do século XXI.

É hora de se buscar uma saída para essa verdadeira epidemia, a falta de tempo vem se alastrando sorrateiramente e, nesse avanço, vai sufocando as nossas relações de forma comprometedora, sendo comum o relato de um cansaço permanente, respiração curta, pressão no peito e uma insônia que não se deixa abater nem por medicações tidas, antigamente, como fortes, àquelas que eram “tiro e queda”.

A vida estressada vem crescendo, a ponto de dar frutos amargos como dores no corpo, enxaquecas renitentes, falta de apetite ou o excesso dele, podendo mesmo chegar a síndrome de Burnout, um diagnóstico dos tempos modernos que ainda tem dificuldade de ser reconhecido e admitido pela maioria das empresas e pelo próprio acometido.

É imprescindível a busca de uma solução, o tempo continua a ser engolido pela sanha da produtividade e dos resultados em detrimento da saúde. O trabalho, que lá atrás já foi chamado de “ganhar a vida”, se transformou em um alto risco para ela, podendo levar à “morte”.

Busque a Saída de Emergência mais próxima e fuja dessa armadilha que vem sendo arquitetada e construída ao longo do tempo, ajustada de acordo com a necessidade de enganar as vítimas. Só fazem com você o que você permiti que lhe façam.

Rogério Alves