Sol e Lua

Quando vai findando o meu dia,

vejo chegar calmo o lusco-fusco,

hora morta, nem dia, nem noite,

a respiração curta e a fala muda.

Até que o dia se vá e a noite caia,

é tempo de pensar e hora de orar,

despedir do dia e ver noite chegar,

fechar os olhos e se pôr a sonhar.

Dias e noites nunca se encontram,

só quando ele vai é que ela se faz,

são horas de agir e horas de sonhar,

vida que passa e vai até se acabar.

Rogério Alves

Uma nota:

A linguagem da Poesia, tão em desuso atualmente, tem sua origem numa fonte diferente das formas de linguagem habituais.

Não se diferencia por ter rimas ou pela forma em verso como se imagina. Diferente de outras linguagens mais objetivas, em que mais ou menos conhecemos os conteúdos, a Poesia tem sentidos novos que vêm do íntimo de cada um, o desconhecido mundo interior... E desconhecemos seus sentidos!

Quando você leu, mesmo sem tudo entender, se sentiu algum sinal de dentro de Si, algo pequeno que te toque ou agrade, escute e leia novamente. É pequenino o poema “Sol e Lua”. É rapidinho.

Busque mais que entender, busque sentir o poema, mesmo sem alcançar um entendimento integral. Pela repetição, a Poesia se revelará a você. Talvez não no mesmo dia...

Se praticar a leitura, estará cultivando seus sentimentos ainda desconhecidos; esse é o Poema. Redescobri-los será um exercício de se conhecer mais um pouco. Algo maior vem a cada nova descoberta, a cada releitura. Você vai redescobrindo o Poema e, assim, se relendo!

Boa Leitura!