Traduzir-se
- Rogério Alves da Silva

- 24 de set.
- 1 min de leitura

A palavra sussurrada aos meus ouvidos,
vendo que não chegaria em minha boca, foge pelos meus dedos e marca o papel,
e grita, para se fazer ouvir pela multidão.
Antes dessa aventura ela inquieta a alma,
vagueia e se debate louca querendo fugir,
e se faz ver no olhar triste do pobre poeta,
que busca a solitude para acalmar a alma.
Abrir esse caminho é libertar seu Espírito,
é ouvi-lo, emprestando-lhe bons ouvidos,
dando bom colo, quente, macio e amigo,
deixando o sentir traduzir-se em palavras.
No fundo dessa doce aventura resta o eu,
alma que capta emoção e o dom de viver,
permitindo a vida manifestar-se toda, nua,
e, sem rodeios, contar suas lindas histórias.
Traduzindo-se!
Rogério Alves

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