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Lá atrás, quando comecei a viajar a trabalho, eu vibrava ao ficar sabendo da necessidade ou possibilidade de uma nova aventura, ansiava e ficava muito animado quando elas viravam realidade, grandes descobertas e fascinantes experiências, todas sempre marcantes.


A cada retorno, eu me sentia repleto de novos conhecimentos, sempre disposto a longas narrativas cheias de detalhes curiosos, viajar de avião, há décadas atrás, tinha um certo glamour e os lanches e as refeições eram surpreendentes, a ponto de, algumas vezes, eu trazer para os filhos mimos ofertados pelas companhias aéreas.



Os anos foram passando e o seu escoar foi ofuscando aquele brilho inicial. O que era novidade passou a ser hábito e daí até a rotina foi um pulo; as refeições foram substituídas por sanduíches e não demorou a virarem amendoins, até chegar aos famigerados snacks, um misto de biscoito com gosto do antigo “Fandangos”.


Hoje em dia, trinta e cinco anos depois daquelas primeiras emoções, o sentimento é de quase revolta quando chegam notícias de viagens. Tudo se transformou, até o espaço se restringiu, as poltronas viraram assentos e se juntaram de tal forma que os joelhos se apoiam no assento da frente, o passageiro do lado disputa ombro a ombro o apoio de descanso de braço numa luta inevitável entre caras feias e a total falta de educação e nenhuma ética.


Eu sei que eu também mudei, talvez muito mais que tudo que citei acima. Hoje, eu ocupo mais do espaço que foi restringido, fiquei mais exigente, querendo mais do que hoje já não existe e que muitos nem sabe que já existiu e só ficam sabendo pelas  lembranças daqueles que, como eu, viveram estas épocas, não sei se boas, mas que me marcaram e criam um contraste imenso quando às comparo com o vivido hoje.



Quando escrevo este texto, estou voando de volta pra casa, os cotovelos doem, assim como as pernas, estou com fome e sede, pois por causa do mau tempo, o snacks e o refrigerante quente não foram servidos, estou doido para chegar, louco para a viagem acabar.


Ao chegar em casa, eu não conto mais sobre as viagens, às vezes nem reclamo, só fico uns dois dias meio calado e mal humorado, até que passem os efeitos da maratona. Nessa viagem, os voos atrasaram e estavam todos lotados.


As minhas crianças cresceram; eu não levo mais surpresas, nem presentes; só vale o sacrifício pela convivência e pelo aprendizado, sempre uma experiência fabulosa.


Bom mesmo é voltar para casa!



Rogério Alves 


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