Introspecção?
Olhar para dentro é fitar o seu lobo nos olhos, descobrir do que ele é capaz, mensurar sua força, suas tendências e necessidades, alimentá-lo sabidamente, buscando conhecer-se.

Alguém te chama num canto e lhe diz com todo cuidado: "O que você tem?", "Tá tudo bem com você?", "Você anda tão quieto(a) calado(a)", "Posso ajudar?".
A resposta que, com certo esforço, arrancamos lá do fundo é um surdo “não”; amenizado por um “Não se preocupe”; “Tá tudo bem”; “Fique tranquilo”; “Tô só pensando”; “É coisa minha”. Tudo muito educadamente...
É esse um tempo que se apossa da gente. Vez por outra, ele surge e é hora de alimentar o nosso lobo, de conversar baixinho com ele, sempre olho no olho, pois atenção, neste tempo, é imprescindível para não se "perder a mão" e é por isso que a gente se cala, se recolhe.

Com o escoar da vida, estes nossos momentos de introspecção tendem a se tornar mais frequentes, pois vamos nos afeiçoando com o que realmente somos e, mais corajosos, vemos claramente que a fera está em transformação.
São importantíssimos os corajosos mergulhos em nossos abismos! Com a repetição destas experiências, passamos a conhecer os caminhos, nos familiarizamos com os recantos obscuros, o que nos traz certa segurança na aventura positiva e boa do autoconhecimento.
Não se preocupe, não é só com você que acontece, eu também vivo estas experiências, aqui também tem um lobo, e somos nós, cada um de nós, que vamos escolher com o que vamos alimentá-lo.
Você vai gostar do que encontrará aí dentro!
Ignorá-lo não é uma boa opção!
Encare-o, não tenha medo!
Vai dar certo!
Rogério Alves
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