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Como será?



Você já pensou em morar em um lar de idosos?

Não?

E ser encaminhado para internação em uma instituição de abrigamento por não verem pra você outra opção?

Nunca?

Ainda mais assustador: chegar num momento da vida, onde não consiga mais se cuidar e não ter quem cuide de você e apenas ver, como única saída, morar numa *ILPIs?

Será que isto acontece?


A vida está cada vez mais duradoura, estamos vivendo muito mais, e ainda não nos habituamos com esta nova realidade social e longeva.


Pela primeira vez na história da humanidade, três ou até quatro gerações estão convivendo simultaneamente. Paralelo a isso, as famílias encolheram e os poucos filhos estão cada vez mais ocupados em busca da sua própria existência e subsistência.


Sempre sou levado a fazer estas ilações futuristas, certamente por conviver tão intimamente com esta realidade num lar de idosos onde sou trabalhador voluntário.


A vida institucionalizada é algo muito peculiar que deveria chamar nossa atenção, pois esta é, cada vez mais, uma realidade da vida moderna e que atinge, crescentemente, mais pessoas.



A estadia em um lar para idosos é vista, aqui fora, como algo romanceada, como solução de uma situação histórica de abandono e indiferença social, mas, que vem se agravando por fatores socioeconômicos, criando assim, uma demanda desesperada por vagas nas instituições destinadas a este abrigamento socorrista.


Com uma visão imediatista e unicamente socorrista, luta-se alucinadamente pela abertura de novas vagas nos sistemas já existentes. Algo que não resolverá o problema, nem conseguirá acompanhar a demanda se alguma coisa, mais profunda, não mudar.


A resposta ou solução, a meu ver, está num processo educacional transformador, preparando a família e a sociedade para manter o idoso inserido no seu bojo; esta conscientização social trará as adequações necessárias, facilitadoras para a vida do idoso em sociedade.


Além destas mudanças importantes, há a necessidade da capacitação dos familiares para lidar e conviver com as necessidades que vão aparecendo com o passar do tempo.

Saber lidar com essas necessidades torna a convivência mais leve e possível para quem cuida.



O caminho está cada vez mais longo, precisamos nos preparar e planejar seu último trecho. Ninguém envelhece de uma hora para outra, as limitações vão se impondo pouco a pouco, cuidados vão se intensificando com o passar do tempo.


Mas, é muito comum nos depararmos com familiares surpreendidos pela obrigatória necessidade de cuidar do seu idosos.


Com uma população cada vez mais idosa, é urgente que nos preparemos com: previdência, planejamento, capacitação, acessibilidade… e uma rede de profissionais e serviços especializados na manutenção e preservação da capacidade de autonomia dos nossos idosos.


Sociedade, ou nos preparamos para lidar com esta realidade já vigente ou, dentro de algum tempo, teremos que encarar e responder inevitavelmente as perguntas do início da nossa conversa.



Estamos muito atrasados!


"Ah, sempre que se sonha alguma coisa

tem-se a idade do tempo em que a sonhamos:

Me esqueci do futuro…"

Mario Quintana



Rogério Alves.


*ILPIs: Instituição de Longa Permanência para Idosos


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